Alguns conceitos chave do Mark Fisher, em um resumo bem toscão:
Realismo Capitalista: talvez o principal conceito trabalhado por Fisher, sua essência está na frase “é mais fácil imaginar o fim do mundo do que imaginar o fim do capitalismo”. É um mecanismo do capitalismo que propaga sua sensação de inevitabilidade, de não haver alternativa. O capitalismo passa a se confundir com a própria realidade:a vida é assim, o mundo é assim, e pensar que pode ser diferente é ser ingênuo ou estar agindo de má fé. Chegamos ao século XXI, o futuro é agora e se você não está contente, se você não se encaixa…problema seu. E se você acha isso deprimente, bom, a ideia é te deixar deprimido e imóvel mesmo.
Comunismo Ácido: esse seria o título do próximo livro de Mark Fisher, se ele não tivesse se matado em 2017. Comunismo ácido obviamente é um contraponto ao Realismo Capitalista: se o Realismo Capitalista é o fim das alternativas e a morte da imaginação, o Comunismo Ácido é o surgimento de possibilidades, a busca por alternativas. Comunismo Ácido tem a ver com lisergia, com acid house, com dissolução da realidade – desamarrados do peso desse presente que nos é imposto, temos liberdade para imaginar um futuro digno para a humanidade. Ou algo assim. Fisher jamais concluiu o livro, infelizmente.
Hauntology: não sei nem como traduzir – “haunt” é um termo de tradução difícil, e a palavra hauntology faz um joguinho com ontologia. Enfim, fiquemos com “Hauntology” – é o sentido em que a cultura contemporânea é assombrada pelos “futuros perdidos” da modernidade que foram cancelados com o pós-modernismo e o neoliberalismo. Hauntology de certa forma é esse desejo por um futuro que nunca existiu, por esses futuros que poderiam ter sido se não estivéssemos tão ocupados alimentando bilionários.