Vamos pular a piadinha obrigatória envolvendo leituras de vestibular, ok?
Gostei bastante de “Memórias Póstumas”. A estratégia de botar um defunto pra escrever é ótima, os capítulos são curtos e ágeis, e a narrativa de Cubas é divertida – saltando entre divagações e memórias soltas enquanto conta sua história, ele vai revisando o livro enquanto o escreve. “Tal capítulo é inútil”, “Encaixem este capítulo entre a primeira e a segunda frase do capítulo anterior”, como se quem o escrevesse não se importasse muito com a formalidade do livro escrito (talvez porque já estivesse morto). A vida de Brás Cubas é…uma pasmaceira? Tentaram casá-lo e não deu certo, passou anos só se preocupando com sua amante (a noiva que não deu certo), tentaram casá-lo novamente e não deu certo (novamente), tentou ser deputado e não deu certo, tentou inventar um emplastro anti-hipocondria e…morreu. Que merda, Brás Cubas.