Uma coisa que me surpreendeu em 2018 foi o ressurgimento das newsletters pessoais. Várias pessoas ótimas escrevendo newsletters, me lembra MUITO a atmosfera dos tempos áureos dos blogs.
(A Aline Valek fez um compilado das newsletters que ela curte , é um bom lugar para começar. Pode assinar tudo, na moral!)
Fiquei pensando no motivo desse retorno. Aposto que a grande maioria desse pessoal tinha blog – lembra, blog? Aqueles sites onde a gente escrevia e algumas pessoas liam? Tipo esse aqui? Os blogs morreram alguns anos atrás, substituídos pelas redes sociais – mas aí as redes sociais se mostraram um tanto quanto muito escrotas, mais fechadas do que o esperado, em grande parte invadidas por minions e bots. É claro que o pessoal continuaria a escrever, com as redes sociais ou sem elas – mas porque essa galera escolheu mandar newsletters?
Faz um certo sentido. Ao contrário do facebook, você sabe que quem assinou sua cartinha vai recebê-la – tá, cai no spam, mas você não fica ao sabor do algoritmo. E tem um lance meio romântico, né? Email já é vintage, e as pessoas que estão lendo escolheram ativamente ler o que você escreve. Elas podem te responder também, por email – e é sempre legal receber emails que não sejam de trabalho ou spam.
Em um artigo falando sobre blockchain, o Steven Johnson comenta sobre a resiliência dos protocolos e tecnologias desenvolvidas na “alvorada” da internet – o email, os websites, eles simplesmente não vão embora. Podem até ser relegads a segundo plano por algum tempo, mas eles sempre “voltam” – a tecnologia é boa, e mais importante, ela é aberta. Lembra quando os apps iam substituir os websites? Lembra quando o Facebook se tornaria a própria internet? É uma prova de como a turma do Tim Berners Lee era inteligente e sabia o que estava fazendo.