タヌキの祝福 T-120

2025 sem sobressaltos, por favor

Loucos de Cara Vem, vamos sumir...

Que música mais linda, meu Deus do céu. É sempre um gaúcho pra traduzir essas coisas que tocam aqui dentro, vai entender.

Se um dia qualquer
Tudo pulsar num imenso vazio
Coisas saindo do nada
Indo pro nada

Se mais nada existir
Mesmo o que sempre chamamos real
E isso pra ti for tão claro
Que nem percebas

Se um dia qualquer
Ter lucidez for o mesmo que andar
E não notares que andas
O tempo inteiro

É sinal que valeu!
Pega carona no carro que vem
Se ele não vem, não importa
Fica na tua

Videntes loucos de cara
Descrentes loucos de cara
Pirados loucos de cara
Ah, vamos sumir!

(Tem esse vídeo do Vitor Ramil explicando a música, a letra e tudo)

Eu adoro esses video essays, mas esse particularmente compensou assistir pela quantidade de bandas legais que eu não conhecia ou que me fez ouvir de novo. Ele fala sobre as bandas de pós-punk com uma pegada dance, desde Gang of Four e Talking Heads, passando por Rapture e Franz Ferdinand até coisas atuais como Yard Act (muito massa) e o single do Idles com o LCD Soundsystem (DANCING! HIP TO HIP!).

Andor Coisas legais de 2022

Pra mim “The Last Jedi” é o filme que importa da trilogia nova de Star Wars, e o que fizeram no filme seguinte me fez perder o interesse em tudo que veio depois – não vi nenhum dos seriados, comecei o jogo “Fallen Order” só agora, etc. “Last Jedi” colocava a série em uma direção que me interessava – escapando da hegemonia Skywalker, dando importância para personagens menores, mostrando mais do que navinhas e sabres de luz. Mas aí…nhé.

E aí aparece Andor, e Andor é uma OVERDOSE dessas coisas todas. Andor mostra como é a vida das pessoas comuns de uma cidade na periferia do espaço sideral; mostra a burocracia e os joguinhos de poder entre funcionários do baixo escalão do Império; mostra como um movimento revolucionário vai tomando forma aos trancos e barrancos; mostra a relação entre o complexo militar-industrial e sua absoluta necessidade por mão-de-obra à custo zero.

Mais do que isso, é um PUTA seriado MASSA, com arcos de três episódios redondinhos, roteiros bem acabados, personagens bem trabalhados, muitas cenas memoráveis, uns dois ou três discursos pra entrar pra história do Star Wars, e o Andy Serkis mostrando que não precisa de merda nenhuma de roupa mo-cap pra botar pra quebrar.

Try.

É muito massa quando nossos heróis se encontram e se reverenciam! O discurso emocionado do Elvis, o Fito Paez dominando a música, os Imposters…cara, nunca imaginei que isso fosse acontecer!

(Uns anos atrás o Eddie Vedder chamou o Bill Janovitz no palco e eles tocaram “Taillights Fade” juntos – adoro quando meus artistas e bandas favoritos colidem)

Coldplay – Uma Análise Póstuma esse cachorro está morto e continuamos chutando

Tava aqui pensando no Coldplay, em como eles se tornaram O sinônimo de banda chata, pelo menos do Viva la vida pra cá. Talvez antes. Bom, se a gente pensar bem, em 2003 ninguém mais aguentava ouvir Clocks

Nossa, Clocks. Em 2003 todo lugar tocava Clocks. Na FM, na festinha da facul, na televisão, na puta que pariu. Se você fosse cool, se você fosse indie, você podia dizer que o primeiro álbum era mais legal – tinha Yellow, cuja letra a gente mandava pras mocinhas mais especiais no MSN, e tinha uma música que fazia referência a Douglas Adams. Ou era o nome do álbum?

Sei lá, vamos tentar ver o clipe de Clocks.

Fui tentar assistir Clocks e sei lá, bateu errado. Chris Martin cantando de olhinho fechado não condiz com a atmosfera atual, não dá, eu não consigo mais acreditar nele – não dá mais pra ser tão ingênuo. Tem uma hora que ele dá uns soquinhos no ar. Cara, que isso? Não que eu seja cínico, não que eu tenha congelado meu coração. (Botei Los Campesinos pra tocar com You! Me! Dancing! e sim, cara, sim, eu consigo me emocionar com uma música feliz. Cara, eu AMO Belle & Sebastian, eu sou um idoso sentimental). Mas Clocks, e talvez as músicas posteriores sejam ainda piores, é o equivalente musical de um frango empanado congelado da Sadia. Tem em todo lugar e vende igual frango congelado, mas o frango-frango não está mais ali. Chris Martin matou o frango-frango. Só ficou um empanado de sódio e falsidade.

Aquele violino do comecinho de Viva La Vida? Foi usado em 430.567.429 vídeos de fim de ano da firma e já sugou mais almas do que o próprio Mochila-de-Criança. E ouvindo a música agora – eu gosto de ALGO nela, mas é mais a memória que ela me traz, porque 2009 foi um ano bem legal (Salvador, Etc), mas olha esse clipe. OLHA ESSE CLIPE. Não dá, Chris Martin, para com isso. Credo, mano. E pensar que ele não parou com isso – os discos posteriores são ainda piores, ainda mais ausentes de sentido. Não ouvi nenhum deles, mas EU SEI. EU. SEI.

Enfim. Porque eu estou falando mal de Coldplay? Sei lá, é totalmente chutar cachorro morto, não faz o menor sentido. Só deu vontade de escrever alguma coisa. Quem liga pra Coldplay hoje em dia? (Quem sabe o que é Coldplay já precisa tomar a quarta dose da vacina de Covid, vamos se cuidar aí pessoal). Sem falar que, em matéria de bandas bosta, Coldplay já foi destronado pelo Imagina Dragõezes faz uns…10 anos?

Pô, que filme massa! Prey é o exemplo raro de prequel/continuação que dá certo e consegue não dever nada pro original. Aliás, funciona muito bem até pra quem não viu ou não lembra do Predador original – a história de Naru tentando se provar como guerreira da tribo e seu embate com o caçador intergaláctico não precisa do original pra ser entendida e apreciada, ao mesmo tempo que tudo o que vimos nos filmes anteriores está lá. As “regras” do Predador, todas aquelas armas malditas, tá tudo ali. É um filme que vai direto ao ponto, 1h40 de filme de ação sem filler, sem momentos desnecessários, sem cenas pós-créditos. Tá ótimo, meu Deus, um filme de ação realmente BOM e que não envolva super-heróis em 2022. Enfim, assistam.

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